quarta-feira, 30 de abril de 2008

Tatit, Van e Briza,

As Cartas foram aos poucos me trazendo esse desejo de escrever de novo. E ainda que vocês não me conheçam, eu tenho lido tanto o blog das três, além deste aqui, e já adoro tanto, que me sinto de certa forma um pouco íntima de Van e Briza. Tatit carrego comigo sempre como uma mão, um olho, uma perna. Não, Tatit, nunca vai ser para mim menos que um pedaço de mim mesma.
As cartas de menina que foram silenciando com o tempo, e de que Tatit é testemunha, renasceram para que eu continue proclamando quase solenemente o amor que sinto pelos meus seres queridos.
A gente não pode silenciar mesmo, porque, dentro e fora, tudo continua gritando, esperneando, sacudindo e descascando as feridas. E amizade é coisa que não acaba, é órgão importante, não é apêndice, e de vez em quando inflama, só pra que a gente não esqueça de cuidar.
E escrevo também porque daqui tudo parece menos deformado, e por isso mesmo aqui a tinta desbota, a máscara cai, e o corpo envelhece depressa. Nesse país distante, onde eu me sinto completamente estrangeira, quase imersa em um universo paralelo, olhando pra dentro demais, eu preciso vir à tona para enxergar, compartilhar e tocar as mãos daqueles que seguram o olhar, já que estou rodeada dos que fogem. Agora entendo melhor que dentro da gente não existem respostas, só no olho do outro, nas palavras do outro é que a gente entra em comunhão com o mundo.
É assim que começo, pedindo licença, como se faz no lugar onde nasci.

Amor,

Jana.

2 comentários:

Tatit disse...

Saravá, dona Janaína, saravá!
Felicidade grande ter você aqui com a gente.

Vanessa Campos disse...

E eu gostei foi muito da sua chegada, ainda mais vinda dessas lonjuras do povo de olho puxado. Se achegue, puxe um banquinho que cabemos todas nós e as belezuras de cartas que ainda vamos escrever e receber :)