terça-feira, 30 de outubro de 2007

Do lado de cá

Meninas queridas,

há dias que não escrevo, nem para vocês nem para ninguém. Aliás, escrevo, mas os meus textos de trabalho. Só. Ando numa correria de dar pena até em mim mesma. Saudades de vocês duas. Nem uma conversa por MSN conseguimos ter nesses últimos tempos. Nem é por falta de assunto, mas de minutos para redigi-las. Cortei meus cabelos no fim de semana. Curtos, curtinhos. Fiquei com cara de intelectual, segundo uns, chique, de acordo com outros. Só sei que é mais fácil de pentear e a raiz clara já denuncia que o meu pretinho básico não é natural. Acho que vou deixar ele ficar da cor que é. Por enquanto.

Tatit, queria saber do teu recasamento. Nem te falei da emoção da tua carta ao teu pai. Linda. Como tudo em ti. Cadê as fotos? Manda? Briza, como está a vida? E a casa? Já é nova? Tantas coisas por aqui, vontade de ir e não mais voltar, de descobrir as coisas do lado de lá. Coragem é coisa que nunca me faltou e ontem me disseram que me acompanham. Confesso que fiquei meio assim. Porque sempre sou eu a acompanhar, sabe? Alguém que acredite assim em mim, que me mande ir que vai junto... esse era papel meu. Tão moderna e tão amélia... eu acho que eu vou. Nem sei pra onde ainda, mas vou. Vocês vão me visitar?

Essa semana tem feriadão. Decidi que não vou mais planejar nada. Nem viagem, nem saídas, nem dormir até tarde, nem nadica. Vou deixar acontecer. Ando ansiosa, isso não é bom. Medo de virar controladora, de viver fazendo check list com as pessoas. Eu não sou assim de verdade. Mas também não quero me tornar. Porque eu acho que a gente em alguns momentos escolhe aquilo que quer ser, né? Eu acho. No mais as coisas vão bem. Compramos sofás novos, cor de chocolate e agora eu tou atrás de almofadas confortáveis em dois tons de amarelo para combinar com as paredes e a mesinha de centro. Eu gosto dessas coisinhas e tou adorando ver Tv deitada como na casa de mainha.

Tatit, vi outra foto da Nara de matuta. Que gostosura, tu já viu Briza? Deu foi saudade de quando eu era menina no interior e ia pras festas de rua, com aquelas barraquinhas de pescar prendas, maçã do amor que grudava nos dentes e roda gigante. Era uma felicidade quando chegava parque na cidade! Por falar em memória de infância, ganhei de naiversário um livro lindo que devorei no fim de semana: "O velho que acordou menino" de Rubem Alves. Cada linha é uma saudade de casa, uma lembrança de um cheiro, de um rosto, de um toque na terra... leiam, leiam, se quiserem eu empresto.

Eita. Tenho que ir. Telefone tocando, tenho reunião. Ah, eu agora tenho uma caixa postal, vocês podem me mandar cartas lá com essas letras lindas. Anotem aí:

Caixa Postal 3722
CEP: 60035-970
Fortaleza - CE

Um beijo bem grande!
Van

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