segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Dindinha pra Dondinha.

Ontem quando saía do show da Ceumar tive uma certeza: chegaria em casa e te escreveria e contaria tudo o que vi. Não a certeza do ato, mas a certeza da motivação, do impulso, da vontade, aquela coisa que dá e a gente nem pede.
Você foi a segunda pessoa que disse que eu tinha qualquer coisa de Ceumar, cabelos, vozes e pés no chão. A primeira, foi lá em 2001, e eu só conhecia uns Pecadinhos dela, que eram de Zeca Baleiro, nem dela eram. E Dindinha. Só que a primeira pessoa era um amigo que me conhecia ao vivo, me ouvia cantar, acertar as notas e desafinar, arranhar o violão, gritar de raiva e paixão. Mas você, como você me descobriu assim? Um quê de Ceumar? De onde veio esse quê que chegou até aí? Aí penso que coisas como sintonia e entendimento podem aparecer de qualquer maneira. Olhando, lendo, vendo foto ou tendo o movimento, tanto faz. A gente pode sim captar o outro. De um montão de jeitos.
Mas queria te contar das imagens projetadas no palco mudando a cada música, a iluminação perfeita, as folhas secas no chão, Dante Ozzetti dando o tom Dante-Dante-Dante pra todas as músicas, os pés de Ceumar de fora. E aí fica a impressão de que Ceumar é toda tão de fora quando canta... Tá me entendendo? Eu sei que sim. A produção tão simples do show de ontem, que foi inclusive, gravado pela TV Sesc, me emocionou. Tudo foi lindo. Platéia quietinha, de fim de domingo. Eu era uma das únicas que batucava nas pernas com as mãos e me sacudia na cadeira.
Esse novo álbum - Achou! - demorou no meu entendimento. Eu que já estava acostumada com uma Ceumar chacoalhando tudo nas músicas, perceber uma quase Ná Ozzetti causou um estranhamento na primeira vez que ouvi. Mas depois, percebendo uma música aqui, pinçando outra ali... menina, quanta delicadeza!
Na platéia, quase do meu lado, Luiz Tatit, o compositor de boa parte do repertório desse novo cd. E isso explica a semelhança com Ná. Dante nos arranjos também colabora bastante pra esse tom mais lentinho, quase "mais introspectivo" como Ná, mas não chega a ser.
Eu queria que ouvisse Alguém Total. Partidão. Prá Lá. E me dissesse, quando quisesse, quando desse vontade, o que te tocou. Já te avisei, é uma Ceumar diferente.

Promete que me conta?

Te mando uma foto (que tirei encabulada lá do meu lugar, muito muito discretamente - porque não gosto de desobedecer esses não-podes, não gosto de burlar esse tipo de coisa, porque senão vira coisa normal não respeitar essas proibições, vira esculhambação, o povo se empolga e daqui a pouco tá todo mundo deixando os artistas do palco como Huskis Siberianos zonzos de tanto flash na cara... não acho legal, de verdade).
Nem ficou boa. É só um recorte. Espero que goste.



Um beijo, minha Dondinha,
sua Dindinha.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Minhas lindas,

Saudade.

Faz tempo que não escrevo, né? Faz tempo que ninguém escreve. Aí, Tatit disse que a gente podia mandar bilhetinhos pelo menos. Pois então.

Ainda estou me recuperando das festas de fim de ano. Não das festas em si, mas de todos os tantos sentimentos relacionados às mesmas. É que é muito tudo. Uma mistura de euforia e melancolia, que nunca dá certo. Ou dá. Porque continuamos aqui, firmes e fortes. E prontos pra mais um Carnaval. Ah, o Carnaval, o Carnaval.

Tu devia vir encontrar a gente, Tatit. Vanvan chega dia 20, que é quando começa MEU Carnaval. Assim, oficialmente. Porque sexta passada já fui pro Ensaio de Abertura com Naná Vasconcelos e três nações de Maracatu. Bonito que só. Tava cheio de gente e o clima já era dos dias de Momo. No sábado, a gente foi pra Casa da Rabeca e viu uma dança do Maranhão chamada Tambor de Creoula. Adorei, adorei, adorei. As moças têm umas saias lindas, que já quero copiar pra fantasia. Só preciso arranjar uma costureira boa e barata.

Ainda não me mudei pra casa nova, por falta de verba. Falta comprar isso e aquilo. Falta levar umas coisas do outro apartamento pra lá... Mas, agora tá mais perto que longe e eu fico morta de ansiosa por causa das responsabilidades. Acho que vocês entendem. As duas.

Ei, depois vocês vêm me visitar? Já pensou, nós três tomando café e falando da vida, num mesmo DDD? (Tô pensando em ir pra Sampa, Van. Lá pra maio ou quando conseguir tirar férias. Bora?)

Ia contar aqui das minhas resoluções de ano novo, mas isso nunca dá certo mesmo. Então, a gente vai conversando no caminho, que assim é melhor.

Amo vocês.
=*